“Os últimos dias foram estranhos. Eu não consegui comer minha comida. O Zezé me levantou. Eu tentei manter minhas pernas firmes, mas elas não cooperavam muito.
Ele disse: ‘Não se preocupe, eu te ajudo, irmãozinho’ e me carregou para o andar de baixo, lá para fora. Aquilo foi tão legal da parte dele. Eu precisava muito fazer xixi, lá mesmo onde ele me pôs.
Ele se abaixou novamente e pôs suas mãos ao meu redor. Aquilo foi bom. Ele me pegou e me carregou pra casa. Eu ainda estava confuso e minha cabeça girava, mas eu estava aliviado de não ter que andar todo o caminho de volta.
Eu estava tão contente de poder deitar na minha caminha. A Carol cuidou de mim, dizendo ‘Estou com você, irmãozinho’. Eu amei aquela sensação. Ela fez tudo ficar melhor.
Uns minutos depois, a mãe chegou. Ela é uma das minhas preferidas. Ela me deu carinho e disse que tudo ia ficar bem!
Ela colocou o cobertor em mim e… Uau! Aquilo foi muito bom. Eu relaxei e dormi tão gostoso.
Eu nunca quis que eles chorassem, isso parte meu coração. É o meu trabalho fazer com que eles se sintam melhor, mas eu estava um pouco cansado e com frio. Eu dormia, acordava e eles estavam sempre lá, vendo se eu estava bem e conversando um com o outro.
Durante o dia, a Mila ligou, a Cá ligou e ouvir a voz delas fez meu rabinho balançar. Poxa, faz tempo que não as vejo por aqui. Eu amo tanto as duas.
A noite o pai chegou e consegui sair da minha caminha pra receber o carinho dele! Ele pegou a latinha e disse ‘Vamos Polaco?’. Eu amo meu pai e os nossos passeios noturnos.
E então, ficou ainda melhor! Ao invés de dormir na minha cama, fui dormir com a Carol. Normalmente, nós temos nossas próprias camas, mas noite passada nós nos aconchegamos, e foi tão bom poder estar tão perto dela. Eu pensei ‘Eu pertenço a esse lugar. Eu nunca vou sair do lado deles.’ Entretanto, eu não me sentia muito bem.
Me parece que isso começou há algumas semanas. Eu não sei o que aconteceu, mas eu não conseguia mais comer meu pãozinho e minha carninha.
Nós fomos a alguns médicos, e desde então tenho ouvido muito sobre palavras como ‘exames’, ‘cirurgia’ e ‘soro’. Tudo que eu sei é que às vezes me sinto bem, e outras vezes… você sabe… nem tanto. A mãe e a Carol me davam uma comidinha gostosa na seringa.
Hoje de manhã ouvi Zezé levantar e tomar banho. Ele voltou pro quarto e tinha um perfume muito bom. A Carol me ajudou a levantar, porque desta vez eu não consegui sozinho. Chegamos na beira das escadas e… Nossa! Ela parecia grande e comprida .
Então veio o Zezé e disse ‘Eu te pego, irmãozinho’, e me carregou até o carro dele, ‘Ah como é gostoso um passeio com ventinho no rosto’. Logo a mãe entrou no carro também! Foi um passeio rápido até a clínica cheia de amiguinhos, onde a Fran e a Dra Sandra sempre me recebem com tanto carinho. A mãe e o Zezé pareciam preocupados, mas todos estavam me dando amor e carinho.
Eu ouvi eles conversando. Todos olhavam para mim. Eu ouvi a doutora dizer ‘Estou chocada por ele ainda estar de pé.’
Ela colocou uma agulha e soro na minha perninha, eu precisava me alimentar, porque em casa meu sono já era maior que minha fome. E ali comecei a me sentir forte! Ela disse pro Zezé e a mãe ‘vocês podem dar amor pra ele até a hora que quiserem’ porque hoje ele vai dormir aqui comigo. Zezé beijou meu rosto e olhou nos meus olhos. Ele é tão incrível. A mãe me deu carinho e disse as coisas mais legais – que cãozinho bom eu sou, que bom trabalho tenho feito, o quão gratos eles são por eu fazer parte das suas vidas. Passei a noite toda recebendo aquele soro que me deixava forte, eu dormia e acordava e estava ali, sentindo que tudo estava curando. O sol já estava raiando e logo a Mãe, a Carol, o Zezé e o Pai estavam chegando pra me levar pra nossa casa. E então resolvi descansar mais um pouquinho…
De repente acordei mais leve e com asas! Consigo estar pertinho da Cá e da Mila, dou um cheirinho na Chloe, visito o Pai na Rico, dou um pulinho em Londrina e, em um minutinho já estou em casa de novo. EU VOU SEMPRE ESTAR DO LADO DELES. ELES SABEM DISSO!”
❤️? Thoray