O Nicky tinha 17 anos, era cardíaco, estava com câncer e tinha mais “n” problemas de saúde – como qualquer idoso. Mas parecia sempre uma criança esperando a primeira oportunidade para brincar, pra correr, pra comer um petisco e pra fazer a gente sorrir e se animar.
Ele latia. Latia muito. As vezes era ensurdecedor – e a gente dificilmente achava o botão off pra fazer ele parar. Mas a gente aprendeu também a ter paciência para esperar as coisas acontecerem no tempo dele. E com o tempo ele foi se acalmando.
E acabou ficando um pouquinho ranzinza, admito. E um pouquinho surdo também, não posso negar. Mas em nenhum momento ele perdeu a amor, a alegria, o carinho, a lealdade e o companheirismo.
Nosso companheirinho.
Eu lembro como se fosse hoje o dia em que vi ele pela primeira vez, quando a gente se escolheu e quando ele passou a ser o meu melhor amigo de 4 patas. Ele esteve comigo metade da minha vida.
E o Nicky era o dono do melhor abraço do mundo. Literalmente.
E apesar de tantos tropeços e percalços pelo caminho, ele só mostrou o quanto vale a pena amar e o quanto vale a pena ser paciente, ser persistente e ser mais humano.
O Nicky fez sua passagem dia 20 de dezembro. Foi um dos momentos mais difíceis da minha vida – e eu não imaginava que seria assim. A gente teve que tomar uma decisão que nunca pensamos que precisaríamos tomar. Eu queria muito estar com ele, mas o Nicky teve quem mais precisava ter junto dele naquele momento: meus pais.
Minha mãe ficou zelando por ele em casa e quando precisou ir para o hospital, meu pai foi e ficou com ele o tempo todo, até o fim. E isso me deixou com um orgulho e um amor ainda maior por eles.
O Nicky é um pedacinho nosso que se foi, mas ele deixou tanto amor nessa vida que fez valer a pena cada momento disso tudo.
Saudade.
De sua família que te amou e sempre vai te amar muito!