Oi! Todo mundo me chamava de Foca ou Foquinha, mas meu nome é Fox, apesar de que eu respondia também por “Não”, “Nem tente” ou “Fique quieto”! Tive uma vida maravilhosa ao lado de minha mamãe Tita, tio Dinho, vovó Dalva, tia Clarinha e tio Ramsés. O começo de minha vida não foi nada fácil, abandonado na rua, eu tive de lutar durante dois anos por comida, água e abrigo. Até o dia em que Papai do Céu colocou dois anjos em minha vida, Mamãe Tita e tio Dinho, ele foi quem me protegeu dos homens maus e me recolheu todo ferido, eles me acolheram, me curaram e me protegeram. Lembro que no começo eu estava um pouco estressado e meu temperamento falava mais alto, mas mamãe com toda paciência me carregava para todos os lados da casa, até eu conseguir andar novamente. Sempre tive uma personalidade forte, honesto nas minhas opiniões isso não me deixou muito popular entre os humanos. Foi quando mudamos para o apartamento da vovó Dalva, que conheci minha tia Clarinha, não nos demos muito bem no começo, mas isso é só porque ela também era geniosa, meio possessiva e nunca gostou de dividir seus brinquedos comigo, mas com o tempo nos tornamos bons amigos! Tinha também a tia-avó Fofa, essa era meio estranha e mais antissocial do que eu, a gente simplesmente a deixava no canto dela. Aos poucos a nossa vida foi se encaixando e eu fui me adaptando a vida doméstica…. quase sempre, aos poucos fui organizando a casa e ela se transformou em meu lar, meu reino. Eu ficava sempre de guarda na janela do quarto da mamãe, e cumprimentava todos os cachorros que circulavam na rua, mas nem sempre entravamos num acordo e a discussão acontecia, mas os donos corriam com os cachorros para dentro e mamãe corria querendo fechar a janela a todo custo. Mostrei que poderia ser um ótimo barítono, quando algum cachorrinho começasse a latir (não importa o horário ou mesmo a distância) eu sempre acompanhava em uníssono logo seguido pela tia Clara. Mostrei que tocar a campainha de casa era um grande erro, isso era apenas um sinal para mim e titia Clara cantarmos por mais de 15 minutos sem parar, mesmo depois que a campainha tivesse parado de tocar! Mamãe sempre foi muito protetora, mesmo apesar de eu já estar na minha maior idade e querer andar um pouco sozinho…. quando inadvertidamente deixavam a porta aberta de casa, mamãe saia me chamando, e não é que a danada me alcançava e me levava de volta, carregado, passava cada vergonha com as cachorrinhas. Ensinei mamãe a sempre abrir a porta do quarto (mesmo que fosse de madrugada), no momento em que eu raspasse a porta com minhas patinhas. Sempre fui muito social. Ficava desesperado em conhecer o técnico da TV a cabo, ou o entregador de pizza, quando eles apareciam, mas a mamãe tentava me impedir e nem sempre conseguia! Podem perguntar para o entregador de água e gás!!! Eu tinha as minhas manias também, eu adorava roubar a comida da tia Clara quando ela não estava olhando, brincar com as balinhas de mamãe quando ela as deixava jogadas na cama. Depois do banho, corria para a cama da vovó (quando ela não estava vendo) e me esfregava nas cobertas, assim terminava de me secar. Era muito sério em relação aos meus horários, minha comidinha de carne moída com arroz ou franguinho com arroz não podia faltar e uma vez no meu potinho ninguém ousava tocar! Deixava bem claro para mamãe e papai que não gostava de andar de carro, e quando ia contra vontade, fazia questão de demonstrar a minha insatisfação literalmente no banco de trás, para não deixar dúvidas. Hoje estou no céu, e tenho muitos amiguinhos que conheceram mamãe, papai e vovó e trocamos muitas histórias! Que boa vida eu tive! Só peço, não sofram por mim! Mesmo no céu só poderei ser feliz se sentir que estão felizes, pois estarei sempre olhando por vocês daqui de cima e contando todas as estripulias que fizemos juntos