Skipper

21/09/1996
16/04/2007

Meu amigo de todos esses anos, meu companheiro de todos os dias, meu querido de todas as horas, não posso te dizer adeus. Primeiro porque acredito na eternidade dos sentimentos, e depois porque eu sei que Deus não te criou para que desaparecesses no tempo; como as estações. Se ao menos você tivesse saído de dentro de mim, saído do meu pensamento, saído das minhas lembranças, se não te procurasse e não te encontrasse em tudo de bom que sinto, que vejo e que faço, talvez eu pudesse pensar em te dizer adeus. Mas eu não posso. Você continua aqui; dentro de mim.
É claro que me recinto de ser saudado toda manhã pela tua expressão gentil, de ouvir a tua voz quando a chave virava no cadeado do portão, e especialmente do teu aconchego no sofá, durante as leituras da noite, e no prazer da música que te fazia dormir. De ser checado nas vigílias de trabalho pelo teu narizinho sempre gelado que vinha saber se estava bem, e me dizer que sim; que me amava. Sim, disso eu sinto muita falta.
Mas meu amigo, eu agradeço a todo instante por tê´lo tido aqui comigo, por ter aprendido com você, por ter melhorado como gente, por aprender a ver o mundo sob uma ótica menos egoísta e pessoal ´ acredite, continuo me esforçando! E recentemente aprendi com todo teu esforço para sobreviver a essa doença terrível, a ser grato pelas pequenas coisas, como quando te ajudava a ir ao banheiro durante a noite, e de volta à cama, recebia a paga com incontáveis lambidas, as quais eu colecionava como um momento precioso. Sinto falta dessa tua bondade transbordante que te fazia tão especial; tão único, onde e com quem estivesse.
Meu querido Skippy; você lutou bravamente pela vida, e por nós. Foi paciente na dor, e impaciente com a limitação de movimentos, sendo contraditoriamente resignado diante de toda privação que sofreu. Sempre bem´disposto e cordial com os amigos que te rodeavam o tempo todo. De fato, a lembrança da pequena ´excursão´ de seis cães até o quintal para a hora do banheiro, é simplesmente emocionante.
Agora que você descansa longe da lembrança da dor e da solidão do sofrimento, num lugarzinho especial cheio de bondade, doçura e prazer, eu me transporto diariamente até você para sentir´te bem, na plenitude da saúde e mobilidade, sendo cuidado por Alguém muito maior que eu, e A quem espero um dia ver.
Assim, quando você ouvir a minha voz te chamando junto aos Portais Eternos, dentre todos que vierem me saudar, eu te peço: corre à frente, e seja você o primeiro que reconheça, para que possa de imediato matar a saudade do teu amor tão bonito e do abraço, que não canso de desejar. Espere por mim; amigo!
PS: Quero agradecer em nome do Skippy, o amor com que os amigos da CLINIVET cuidaram dele, e os cuidados que recebeu do pessoal do Pet World quando essa hora foi necessária. Tamanho amor, cuidado e respeito precisam ser reconhecidos, quando encontrados. Muito obrigado!

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