Meu amigo de todos esses anos, meu companheiro de todos os dias, meu querido de todas as horas, não posso te dizer adeus. Primeiro porque acredito na eternidade dos sentimentos, e depois porque eu sei que Deus não te criou para que desaparecesses no tempo; como as estações. Se ao menos você tivesse saído de dentro de mim, saído do meu pensamento, saído das minhas lembranças, se não te procurasse e não te encontrasse em tudo de bom que sinto, que vejo e que faço, talvez eu pudesse pensar em te dizer adeus. Mas eu não posso. Você continua aqui; dentro de mim.
É claro que me recinto de ser saudado toda manhã pela tua expressão gentil, de ouvir a tua voz quando a chave virava no cadeado do portão, e especialmente do teu aconchego no sofá, durante as leituras da noite, e no prazer da música que te fazia dormir. De ser checado nas vigílias de trabalho pelo teu narizinho sempre gelado que vinha saber se estava bem, e me dizer que sim; que me amava. Sim, disso eu sinto muita falta.
Mas meu amigo, eu agradeço a todo instante por tê´lo tido aqui comigo, por ter aprendido com você, por ter melhorado como gente, por aprender a ver o mundo sob uma ótica menos egoísta e pessoal ´ acredite, continuo me esforçando! E recentemente aprendi com todo teu esforço para sobreviver a essa doença terrível, a ser grato pelas pequenas coisas, como quando te ajudava a ir ao banheiro durante a noite, e de volta à cama, recebia a paga com incontáveis lambidas, as quais eu colecionava como um momento precioso. Sinto falta dessa tua bondade transbordante que te fazia tão especial; tão único, onde e com quem estivesse.
Meu querido Skippy; você lutou bravamente pela vida, e por nós. Foi paciente na dor, e impaciente com a limitação de movimentos, sendo contraditoriamente resignado diante de toda privação que sofreu. Sempre bem´disposto e cordial com os amigos que te rodeavam o tempo todo. De fato, a lembrança da pequena ´excursão´ de seis cães até o quintal para a hora do banheiro, é simplesmente emocionante.
Agora que você descansa longe da lembrança da dor e da solidão do sofrimento, num lugarzinho especial cheio de bondade, doçura e prazer, eu me transporto diariamente até você para sentir´te bem, na plenitude da saúde e mobilidade, sendo cuidado por Alguém muito maior que eu, e A quem espero um dia ver.
Assim, quando você ouvir a minha voz te chamando junto aos Portais Eternos, dentre todos que vierem me saudar, eu te peço: corre à frente, e seja você o primeiro que reconheça, para que possa de imediato matar a saudade do teu amor tão bonito e do abraço, que não canso de desejar. Espere por mim; amigo!
PS: Quero agradecer em nome do Skippy, o amor com que os amigos da CLINIVET cuidaram dele, e os cuidados que recebeu do pessoal do Pet World quando essa hora foi necessária. Tamanho amor, cuidado e respeito precisam ser reconhecidos, quando encontrados. Muito obrigado!